domingo, 13 de janeiro de 2013

A mercearia


Poucos dias depois do Expresso comemorar os 40 anos sobre o lançamento da primeira edição – comemoração essa que teve, e vai ter, vários momentos-chave mas que, no meu entender, a mais marcante é o próprio jornal e os seus conteúdos -, Francisco Pinto Balsemão, na Grande Conferência Portugal no Mundo, no discurso de abertura, afirma que um jornal não deve ser poder nem contra-poder; deverão os leitores tirarem as suas próprias conclusões pela análise das notícias.
“Bullshit”, dirão alguns.
No entanto, depois de Balsemão ter discursado, fê-lo Durão Barroso, terminando com Cavaco Silva e, no meio de tudo isto, existiram debates onde participaram Mário Soares, Felipe Gonzalez, José Ramos-Horta, Joaquim Chissano, Celso Lafer, António Damásio, Miguel Poiares Maduro e Henrique de Castro. Na plateia estavam embaixadores, ministros, ex-Primeiro Ministro e ex-ministros, ex-candidatos a Presidente da Republica, deputados, banqueiros e pessoas que amam a liberdade, empresários, donos de Fundações.
Ou seja, se a comunicação social – aqui representada pelo Expresso – não for poder nem contra-poder, conseguindo juntar tantas e tamanhas personalidades, poder-se-á dizer que é, tão e só uma ferramenta através da qual todos poderão extrair as qualidades e defeitos do mundo, opinando e agindo sobre eles.
Com este princípio de pluralidade o Expresso sobreviveu 40 anos, esperando eu, que sobreviva pelo menos mais 40. Com este princípio de pluralidade, da direita à esquerda portuguesa, todos puderam/ podem escrever no Expresso e nenhum se pode gabar de ter tido o Sábado descansado.
Posto isto, pegando neste princípio de pluralidade, muito me enobrece o convite feito para estar neste grupo de comentadores da política do Aveiro-norte, que ganhou corpo neste novo meio chamado Política Queira Mais.
Prometo dar a minha opinião sobre factos, prometo fazê-lo enquanto me quiserem ler e, também, enquanto me der gozo. Não prometo ser imparcial: isso é dever dos jornalistas e eu, não o sou.
Até breve,

João Rebelo Martins

*A mercearia é um local onde se encontram produtos frescos como alface, tomate, peixe de mar e sal e coentros para o temperar. Também poderemos encontrar enlatados; ou carne seca e fumada. Há uma secção de guloseimas – casca de laranja com chocolate – e outra só com brinquedos para os miúdos. Na mercearia também é habitual os fregueses conviverem e falarem da vida.

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